Abster-se da Aparência do Mal

Versículo Chave:

"Abstende-vos de toda aparência do mal." (1 Tessalonicenses 5:22, ARC)

Introdução

No caminho da fé, somos chamados a uma vida de santidade, refletindo a luz do nosso Salvador. Um princípio crucial que a Bíblia nos apresenta é a necessidade de nos abstermos da aparência do mal. Vamos explorar esse ensinamento bíblico de maneira didática, buscando compreender como podemos viver essa verdade em nosso cotidiano.


I. Definições


1. Abster-se no Antigo Testamento

A palavra "abster-se" no Antigo Testamento tem suas raízes etimológicas na língua hebraica. A principal palavra associada a essa ideia é "נָזַר" (nazar), que significa separar ou consagrar. Essa raiz também está relacionada ao termo "נָזִיר" (nazir), que se refere a alguém que faz um voto de consagração, muitas vezes envolvendo a abstenção de certas práticas ou alimentos como parte desse compromisso especial com Deus.

Portanto, no contexto do Antigo Testamento, abster-se não apenas envolve evitar, mas também está conectado à ideia de consagração e separação para um propósito divino.


Em resumo, elas se referem a ficar calado, parar, ser moderado e poupar.


2. Abster-se no Novo Testamento

No Novo Testamento, a palavra "abster-se" tem suas raízes no grego. A principal palavra associada é "πέχομαι" (apéchomai), que significa abster-se, afastar-se ou manter-se longe. Essa palavra é usada em contextos que destacam a ação de se abster de algo, seja uma prática específica ou comportamento.

Além disso, em algumas passagens, como em 1 Tessalonicenses 5:22, onde encontramos a exortação "Abstende-vos de toda aparência do mal", a palavra grega usada é "π παντς εδους πονηρο" (apo pantos eidous ponerou), enfatizando a abstenção não apenas do mal em si, mas até mesmo de sua aparência.

Assim, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, a ideia de abster-se está enraizada em termos que não apenas indicam evitar algo, mas também carregam conotações de consagração, separação para propósitos divinos e manutenção de distância não apenas do mal em si, mas também de sua aparência.


II. O Chamado à Santidade 

1. O Chamado à Santidade

Versículo-chave: "Sede santos, porque eu sou santo." (1 Pedro 1:16, ARC)

A expressão clara e concisa do apóstolo Pedro ressoa como um eco do próprio Deus, que nos convoca a sermos santos assim como Ele é. Essa chamada não é apenas um padrão inatingível, mas um convite para incorporarmos a identidade que recebemos em Cristo.


A) Deus como Padrão de Santidade

Referência: "Sede santos, porque eu sou santo." (Levítico 11:44, ARC)

• Deus, em Sua essência, é santo. Ele é separado do pecado, perfeito em pureza e justiça. Ao nos chamar para sermos santos como Ele, Deus compartilha conosco Sua própria natureza divina.


B) A Necessidade da Pureza na Jornada de Fé

• Referência: "Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus." (Mateus 5:8, ARC)


• Jesus, no Sermão da Montanha, destaca a bem-aventurança daqueles que são puros de coração. A pureza é uma condição essencial para a proximidade com Deus e a compreensão de Sua vontade.


C) A Transformação pela Identidade em Cristo

Referência: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é..." (2 Coríntios 5:17, ARC)


• A chamada à santidade não é uma demanda para alcançarmos a perfeição por nossos próprios méritos, mas uma transformação que ocorre quando estamos em Cristo. Ser uma nova criatura envolve uma mudança fundamental em nossa identidade, capacitando-nos a viver em santidade.


2. O Propósito da Santidade na Comunhão com Deus

"Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor." (Hebreus 12:14, ARC)


A busca pela santidade não é meramente uma demonstração externa, mas um requisito para a comunhão íntima com Deus. Sem santificação, a visão clara do Senhor é obscurecida.


III. Discernindo a Aparência do Mal


1. A Importância do Discernimento Espiritual

"Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal." (Hebreus 5:14, ARC)


O discernimento espiritual é uma bússola crucial na jornada cristã, capacitando-nos a distinguir entre as influências divinas e as enganosas. O texto em Hebreus nos oferece uma perspectiva esclarecedora sobre a importância desse discernimento.


A) Maturidade e Discernimento

"Mas o mantimento sólido é para os perfeitos..."


O autor de Hebreus sugere que o discernimento espiritual está ligado à maturidade espiritual. Assim como uma dieta sólida é para os que alcançaram maturidade física, o discernimento é para os que amadureceram espiritualmente.


B) Exercitando os Sentidos

"...os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados..."


A prática constante é crucial para o desenvolvimento do discernimento. Assim como os sentidos físicos são aprimorados com o uso, nossos sentidos espirituais são fortalecidos pelo exercício constante na Palavra de Deus.


C) Discernindo Bem e Mal

"...discernir tanto o bem quanto o mal."


A ênfase está na capacidade de discernir tanto o bem quanto o mal. Isso destaca que o discernimento não é apenas sobre evitar o mal, mas também reconhecer e abraçar o que é bom e conforme a vontade de Deus.


2. Aplicação Prática

O discernimento espiritual não é uma habilidade reservada a alguns poucos, mas uma dádiva disponível a todos os crentes. Como podemos aplicar esse discernimento em nossas vidas?


A) Imersão na Palavra de Deus

Aprofundar-se na leitura e estudo da Palavra é fundamental para desenvolver discernimento espiritual. A Bíblia é a referência suprema que nos guia na compreensão do que é bom e do que é mal.


B) Oração por Discernimento

Buscar a orientação do Espírito Santo através da oração é essencial. Ele é nosso Consolador e Guia, capacitando-nos a discernir as nuances espirituais que enfrentamos.


C) Comunhão com Crentes Maduros

A interação com cristãos mais maduros na fé pode enriquecer nosso discernimento. A experiência de outros crentes pode fornecer insights valiosos em situações complexas.


IV. Evitando Escândalos e Tropeços

1. A Responsabilidade na Influência Cristã

"Mas vede que essa vossa liberdade não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos." (1 Coríntios 8:9, ARC)


A responsabilidade na influência cristã é um chamado sério e amoroso para que nossa liberdade em Cristo não se torne um obstáculo para os que estão ainda crescendo na fé.


A) Consciência da Fraqueza dos Outros

"Mas vede que essa vossa liberdade não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos."


A exortação de Paulo em 1 Coríntios 8:9 destaca a importância de estarmos cientes da fragilidade espiritual de outros crentes. Nossa liberdade não deve ser usada de forma que cause tropeço para os que ainda estão em crescimento na fé.


B) O Propósito da Restrição Voluntária

"Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência, está assentado à mesa no templo dos ídolos, não será a consciência do que é fraco induzida a comer das coisas sacrificadas aos ídolos?" (1 Coríntios 8:10, ARC)


Paulo continua, ilustrando que nossa liberdade pode levar outros a agirem contra a própria consciência. Isso destaca a necessidade de uma restrição voluntária em certas situações, visando proteger a fé dos mais fracos.


2. A Aparência Cristã como Testemunho

"Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus." (Mateus 5:16, ARC)


A aparência cristã vai além de uma mera imagem externa; é um testemunho vivo que reflete a luz de Cristo.


Conclusão

Abster-se da aparência do mal não é apenas um conselho, mas um princípio vital para a vida cristã. Nossa jornada rumo à santidade envolve discernimento, responsabilidade e um compromisso constante com a luz de Cristo. Ao vivermos esse ensinamento, manifestamos a beleza da transformação que Cristo opera em nós, impactando o mundo ao nosso redor. Que, através dessa prática, possamos glorificar a Deus e inspirar outros a seguirem o mesmo caminho de santidade.


️ Fonte: Redação colaborativa Wiktube

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